quarta-feira, 20 de fevereiro de 2008

No Complexo de Penitenciaria de Bangu detentos com atividades e oficinas variadas

(MARCELO NEGREIROS)

A penitenciária masculina de regime fechado Esmeraldino Bandeira tem aproximadamente 950 homens, em dois pavilhões, e em sua maioria, cumprindo penas por tráfico de drogas, assalto e furto.






Esmeraldino Bandeira foi criada em 1957, e nos últimos dois anos, experimentou uma aceleração no processo de oportunidades de trabalho para os internos. A cadeia é uma unidade industrial típica para reeducação e reintegração do preso à sociedade, em conformidade com as políticas estabelecidas. Segundo o diretor Carlos Rogério Campos, a missão da unidade é singular por conseguir transformar a vida daqueles presos.
Na unidade fabricam tijolos ecológicos, embalagens descartáveis de alumínio (quentinhas), fontes e vasos artesanais, placas e tarjetas automotivas e ainda fazem reciclagem de pallets (estruturas de madeiras), pães que são levados todo o sistema penitenciário do Estado do Rio, entre muitas outras atividades desenvolvidas pelos internos.

Na instalação da fabrica de tijolos ecológicos, são produzidas 3000 tijolos por dia. E é com esse material que foram construídas escolas, padarias, templos, salas de leitura dentro da própria unidade.

Ricardo Domiciano, de 30 anos, já ficou quatro anos preso e hoje é monitor geral da confecção dos pallets e jogos. Para ele o aprendizado foi muito importante, pois quando chegou no presídio, nada sabia. –

-Hoje sou o exemplo para os demais, já que a determinação é fundamental, disse.

Na reciclagem dos pallets, utilizados pela Michellin do Brasil, toda a madeira é aproveitada. A Michelin doa todo o material e depois compra de volta. Antes 30 toneladas de madeira eram jogadas fora, hoje tudo é aproveitado. As madeiras que sobram são transformadas em brinquedos(dama e quebra-cabeça), que são vendidos para o Saara, no Centro do Rio e também para o Mercadão de Madureira.

É muito importante a parceria das empresas privadas disse Darci Fonseca, de 75 anos, empresário, que mantém parceria na fabricação das peças artesanais e na oficina de carpintaria.
- Tudo que os presos querem é trabalhar e aqui não se vê nenhum preso com mau humor, de cara feia, pois tem ocupação.

A penitenciaria foi muito elogiada pelos próprios internos. Segundo eles o trabalho ajuda há passar o tempo e a esquecer onde eles estão. Ali eles acabam tendo algumas regalias como o palatório (visita intíma), são quartos individuais com ventilador de teto. E por esses privilégios que presos como o Jorge Soares não querem sair.
- Não quero ir embora, gosto de trabalhar, aqui tenho comida e não posso reclamar da administração. Se tivesse trabalho lá fora para mim eu sairia, afirmou.

Outra atividade existente lá dentro é a produção de placas automotivas. São 2000 por dia, que são enviadas para o Detran. No artesanato, são feitos quadros, vasos, fontes, calendários e brinquedos. Muitos deles por causa dessas atividades sustentam a família. Eles ganham um salário mínimo, desse dinheiro 10% são entregues em mãos e o resto vai para uma poupança. As atividades diferenciadas trazem muitos sonhos e desejos a esses presos, como o Fabrício Caiaffa, de 30 anos, que está preso há seis anos. Além de compor mais de 1200 músicas, é escrever seu terceiro livro, mas nenhum editado. Criou o projeto SERES (Sociedade Reeducando Recicladores Solidários)por enquanto voltado para os internos. Ele deseja continuar esse trabalho quando sair da cadeia. Criou também um gerador híbrido de energia elétrica.
- Sempre gostei de escrever e escrevo sobre corrupção, falta de educação e de respeito, relatou Fabrício.

Na fábrica de quentinhas, 54 mil unidades diárias atendem várias unidades prisionais e hospitalares do Rio e também parte de São Paulo. As sobras de alumínio, a empresa vende. Já a padaria da Esmeraldino Bandeira produz 30 mil pães unidades ao dia. 14 internos contratados trabalham na padaria.
E os internos da unidade ainda contam com uma escola, a primeira escola estadual no Brasil, dentro de uma penitenciária. A escola possui 16 professores, seis salas e aproximadamente 100 alunos. Mais a maior dificuldade que os professores encontram, são com as transferências dos internos ou a saída da penitenciária, seja ela para condicional em liberdade ou fim da pena. O ensino de 1ª a 8ª série.
A visão dos professores sobre os presos mudaram quando começaram a trabalhar ali. Todos os professores disseram que os alunos são muito esforçados e respeitadores pois eles estão dentro das salas de aulas por escolha e acrescentaram que a sociedade não colabora com a mudança por isso muito deles voltam para a prisão.

(parte dos alunos que passaram no vestibular)
Para orgulho e incentivo para outras penitenciarias a Esmeraldino teve três presos classificados no vestibular. Luzimar Costa Junior, de 49 anos, que passou para a UERJ, no curso de Pedagogia e também para o ProUni, mas aguarda a escolha da faculdade. Já cumpriu a pena de sete anos, aguardando a liberação para sair e ingressar na faculdade. Fez 71,23 pontos no Prouni.
Já Anderson Claudino Gonçalves, de 28 anos, dois anos estudando dentro da penitenciária, escolheu a faculdade de direito, pois tem a visão de querer ajudar o próximo. Está preso há três anos e oito meses, por estelionatário e corrupção.
- O presídio deu um grande passo nesta iniciativa, os presídios tendem a punição, já o Esmeraldino dá estudo, condições para o preso ter sua formação e ter oportunidade para trilhar novos caminhos, disse Anderson, que trabalha no setor de educação, na parte administrativa.


Mas todos esses incentivos não significa a inexistência de dificuldade, pois muitas vezes os alunos precisam de um livro, mas ou ele é caro ou não conseguem ter acesso ao material didático. De acordo com os vestibulandos tecnicamente, os textos ficam mais difícies. No entanto o mais difícil é estudar, o tempo de aula é pouco, mas sempre tivemos a ajuda da CIERJ e a biblioteca da unidade está fechada, dificultando o nosso estudo, comentou Eduardo dos Montes.

7 comentários:

Anônimo disse...

adorei sua reportagem.preciso saber sobre como faço para visitar um ex namorado no presidio jonas lopes/rj.ele terminou comigo disendo k eu era sertinha demais .eu era muito ciumenta e pegava no pe dele demais.quando eu descobri a mentira que ele nao estava trabalhando ele terminou cmgo.esse ano descobri k esta preso e kro ve-lo.kro ajuda-lo amo ele dmais.me ajude por favor.obrigada

anderson disse...

meu nome é Anderson Claudino Gonçalves,Você fez essa matéria comigo no presídio a mais de dois anos,estou em liberdade a 02 anos fazendo faculdade de direito e contrariando a terrível estátistica da reincidência, quero me formar e mostrar para todos que a mudança é possivel, tudo que o preso precisa é ser tratado com dignidade e respeito. (43) 84290582

Anônimo disse...

Acredito muito em "mudança", porem não foi seu caso, não é mesmo Anderson? Sua mudança durou muito, mais muitooooo pouco, é só buscar nas paginas de jornais policiais da cidade de Jandaia do Sul e veremos sua carona dinovo algemado, voltando pra cadeia por roubar celulares... afff... Quando vai criar juizo... A ganancia por ganhar dinheiro facil, destriui sua vida! Dinheiro abençoado só vem com o suor de trabalho digno. Desculpe pelo desabafo!

Anônimo disse...

''Cássia''pior que roubar e conspirar, e pior ainda é não se identificar. ''afff'' dor de cotovelo tem limíte, vc é deprimente. vai cuidar da sua vidinha... A.C.G

Anônimo disse...

''Anderson'' posso ser deprimente como disse, mas você me faz te sentir um coitado. Qto a cuidar da minha vidinha, nao tenho feito outra coisa. Noitadas, farras e mais farras... eu posso, ja vc rsrs ameça a sociedade e merece ficar guardado, o seu lugar é aí, afinal lugar de ladrão é mesmo na cadeia atrás das grades. Aproveite para cuidar da sua vidinha, pq tempo na cadeia tem aos montes. Você é um misero, um nada versos nada. Mas ainda vou continuar orando por você por caridade.

Cássia disse...

Marcelo desculpe utilizar o espaço para uma discussão desse nível, mas não pude deixar de me manifestar diante de tanta maldade. Eu sou a Cássia que o Anderson citou em seu ultimo comentário. Foi infeliz a resposta que o mesmo deixou ao insulto do dia 29/08/10 e acredito que foi no furor dos ânimos. Sei que ele não pensa isso a meu respeito. Com relação ao comentário supracitado, com certeza ele também saberá que não sou eu, pois jamais me diria uma pessoa deprimente, afinal deprimente é tudo que causa tristeza e longe de mim essa denominação. Ele também sabe que luto honestamente por tudo que quero, sou funcionária pública e nos finais de semana trabalho como segurança em uma boate, mas isso a anônima também sabe, visto que foi em meu local de trabalho e farreou a noite toda. Pago o colégio da minha filha e minha faculdade com o suor do meu trabalho. É um pesar essa anônima ser tão infeliz, o fato de o Anderson tê-la abandonado pra ficar comigo causou uma enorme mágoa em seu coração. Quando a pessoa não sabe perder acaba cometendo esses disparates. Mas, enfim, quero utilizar o espaço pra agradecer ao Anderson tudo de bom que ele me proporcionou nesses 12 anos de idas e vindas. Serei grata eternamente por ter amado minha filha desde o momento em que a viu pela primeira vez e acredito que Deus em sua magnitude vai te carregar no colo enquanto atravessa por esse vale. E eu daqui de longe, estarei orando sempre por vc, não por caridade, mas por amor, pois independente de onde ou com quem esteja sempre lhe desejarei o melhor... Que Deus abençoe a todos. Obrigada pelo espaço!FELIZ ANO NOVO!

Anônimo disse...

Faz me amor mudar também ele só precisa de uma oportunidade ele é muito inteligente é um bom garoto só se envolveu com pessoas erradas e com as drogas e tb teve a cabeça muito fraca pra fazer muitas besteiras mais ele é uma pessoa boa e tem um coração bom só precisa de um empurãozinho o nome dele é Cleber Francelino dos Santos e ele esta preso no Presidio industrial esmeraldino bandeira ...