sexta-feira, 29 de fevereiro de 2008

Operação no Jacarezinho para procurar corpos

(MARCELO NEGREIROS)

26/02/2008

Uma briga entre traficantes resultou na execução de cinco bandidos na Favela do Jacarezinho, Zona Norte do Rio, como noticiado em exclusividade pelo Jornal O Povo do Rio no último domingo. Na manhã de ontem, policiais do 3º BPM (Méier) em ação conjunta com agentes das delegacias de Combate às Drogas (Dcod), 21ªDP (Bonsucesso) e homens da Coordenadoria de Recursos Especiais (Core) cumpriram objetivos distintos em diversos pontos naquela comunidade.
Enquanto os policiais civis procuraram os corpos do rescaldo da guerra, os PMs prenderam dois bandidos e apreenderam farta quantidade de maconha, cocaína e crack, armas e retiraram barricadas feitas com trilhos de trem no chão, colocadas por marginais para impedir a entrada de veículos blindados. Durante a operação não houve confronto e nem feridos.
De acordo com a polícia, esses traficantes mortos, eram da mesma facção de Marcos Vinícuis da Silva, o Lambari, que está preso na Penitenciária Federal de Catanduva, no Paraná desde janeiro. Ele teria ordenado a chacina de dentro da prisão, pois os bandidos estariam roubando carros, motos e caminhões na região, atraindo a polícia para dentro da comunidade. O chefão teria decidido pela matança porque sua determinação não estaria sendo seguida.
Entre os bandidos mortos, está o ex-gerente do comando, conhecido como Lourão. Ele teria sido morto por estar insatisfeito com a ‘tomada de poder’ dentro do Jacarezinho, que têm, agora, como chefe do tráfico o criminoso Nilson Roger da Silva Freitas. O novo gerente-geral do Jacarezinho, o Roger, teria contato com o apoio do chefe do tráfico do Morro São João e de Manguinhos para realizar o massacre. Fábio Pinto dos Santos, o Fabinho São João, e o líder da quadrilha do Sampaio, conhecido como Menor Tengo, que recentemente saíram da cadeia, beneficiados pelo direito da Visita Periódica ao Lar (VLP), e não voltaram.
Segundo o delegado titular da DCOD, Marcos Vinícius Braga, a informação que tinham, é que os corpos foram queimados dentro de um latão e jogados na linha do trem. Ainda de acordo com ele, a investigação sobre a chacina será, principalmente, saber se a ordem partiu de dentro da cadeia ou se foi algum advogado quem levou até a favela.Durante a operação, teve o apoio do Serviço Reservado da Polícia Militar (P2), além de dois blindados e um helicóptero, os policiais apreenderam 6.650 sacolés de cocaína, 1.750 pedras de crack, 1.020 trouxinhas de maconha, 50 KG de maconha prensada, uma metralhadora e duas pistolas nove mm. Duas pessoas foram presas. Todo material apreendido e os presos foram encaminhados para a 25ª DP (Engenho Novo).

Nenhum comentário: