segunda-feira, 11 de fevereiro de 2008

Criança morre carbonizada em Copacabana

MARCELO NEGREIROS

(11/02/2008)
Chamas começaram às 2h45 no quarto em que o menino de nove anos estava

O corpo do menino Mateus Guimarães Santana, de nove anos, foi sepultado na tarde de ontem, no cemitério São Francisco Xavier, no Caju, ao lado do cemitério Memorial do Carmo, onde ocorreu o velório.
Mateus morreu carbonizado na madrugada de ontem, durante um incêndio que atingiu a cobertura do prédio de número 412 na Rua Barata Ribeiro em Copacabana, Zona Sul do Rio, onde morava.
O incêndio começou por volta das 2h45, no quarto onde o garoto estava. Ele dormia no quarto ao lado dos avós que tentaram localizar a criança para resgatá-la, mas as chamas já tinham se alastrado.
Ele morava com a mãe e os avós. No momento do incêndio, Mateus estava apenas com os avós. Bombeiros de Copacabana e Humaitá foram acionados. O corpo da criança só foi localizado às 5h50 ao lado do armário.
O comandante do quartel de Bombeiros de Copacabana, Tenente-Coronel André Gustavo Belchior dos Santos, acredita que o incêndio que atingiu a cobertura do edifício Marlux tenha começado no quarto.
—Somente a perícia poderá esclarecer onde começou o fogo, mas possivelmente foi naquele quarto, porque as chamas ali estavam muito altas. O apartamento tinha rebaixamento de gesso, que veio abaixo.
O corpo do menino estava encoberto de gesso e madeira. Acredito que ele tenha morrido antes mesmo da chegada dos Bombeiros — disse o oficial. Os bombeiros foram avisados do incêndio às 3h25, mas somente às 6h conseguiram entrar no quarto em que estava Mateus.
Eles tiveram dificuldade de chegar ao cômodo justamente por causa do fogo intenso. O corpo do menino estava junto ao armário de roupas, que também foi destruído pelas chamas.
—É possível que ele tenha tentado se esconder no armário, afim de se proteger, mas não dá para dizer ao certo porque pouca coisa restava do móvel — comentou Santos.

Polícia vai abrir inquérito para apurar causas da tragédia

Segundo um morador do prédio, todos os moradores ficaram assustados com o incêndio e foram para a rua, quando os bombeiros chegaram.
De acordo com ele, a mãe da criança chegou logo após os bombeiros controlarem as chamas. Como não viu a criança na rua com os avós e os outros moradores, subiu para procurá-lo.
— Houve muito desespero quando o corpo foi encontrado totalmente carbonizado — lembra o morador que preferiu não se identificar. O taxista e morador de um prédio em frente, Rui Alberto Nogueira, de 56 anos, viu quando o fogo começou e chamou logo a polícia e os bombeiros.
Outra moradora de um prédio vizinho contou que ouviu gritos de uma criança. — Ela gritava muito, e eram gritos de socorro. Fiquei apavorada ao ver as chamas — disse a doméstica Maria José da Costa Neves, de 68 anos.
A Policia Civil vai abrir um inquérito para apurar a morte de Mateus. Parentes do menino vão ser chamados para prestar depoimento. O caso foi registrado na 14ª DP (Leblon) que é Central de flagrantes. Técnicos do Instituto Carlos Éboli estiveram no local para fazer perícia e o laudo deve ficar pronto em até 30 dias.

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