segunda-feira, 31 de março de 2008

PF prende treze por fraude em benefício do PIS

(MARCELO NEGREIROS)
25/03/2008

Após dois anos de investigação, a Polícia Federal de Niterói, Região Metropolitana do Rio, realizou uma operação, que teve início durante a madrugada de ontem, com objetivo de desarticular uma quadrilha que praticava fraudes, consistentes em saques irregulares de recursos do Programa de Integração Social (PIS). Foram expedidos 15 mandados de prisão temporária e 20 de busca e apreensão, onde 13 pessoas foram presas e duas estão foragidas.
O alvo da quadrilha eram contas em nome de pessoas com 70 anos ou mais, com depósitos entre R$ 5 mil e R$ 20 mil, e que não sacaram o benefício a que tinham direito. A quadrilha assaltava as contas inativas, onde os beneficiários já tinham morrido ou não sabiam desse direito. Funcionários da Caixa Econômica Federal (CEF) e um oficial de justiça estão envolvidos no esquema.
De acordo com a investigação, funcionários de cargos mais elevados da própria CEF, da Receita Federal e do INSS, passavam as informações para os bandidos. Eles levantavam os dados necessários, como contas sem movimentação financeira do PIS, e passavam para os intermediários.
Considerados os chefes da quadrilha, os intermediários tinham o trabalho de organizar tudo. Eles providenciavam documentos falsos com nome dos titulares das contas do PIS e pessoas idosas usadas como laranjas se passavam pelos titulares do benefício, sacando o dinheiro no caixa e, depois, repartiam o dinheiro com a o restante da quadrilha.
Os agentes cumpriram os mandados de prisão, de busca e apreensão nos bairros do Cachambi, no subúrbio do Rio, Jacarepaguá, na Zona Oeste, Caxias, Nova Iguaçu e Mesquita, na Baixada Fluminense. Eles usaram carros sem identificação. Todos os acusados estão com prisão temporária decretada, válida por cinco dias. Eles são acusados de estelionato, formação de quadrilha, fraude e falsificação de documentos. As penas podem chegar a 30 anos de prisão.
Entre os presos estão Cleuza Ferreira da Silva, de 52 anos, Almir Teixeira de Melo e Marcos Antônio da Rocha Gentil, funcionários da CEF. Máximo Batista Lins, o oficial de justiça, Armando Pereira Bastos Filho e Alan Ferreira da Silva, os intermediários. Os laranjas eram Heleno Rosa Braga, Valter Pimenta e Jayme Ignácio da Silveira, e falsificadores de documentos, como Nelson de Oliveira Souza. Ele foi preso em casa, em Jacarepaguá, e teve seu carro apreendido. Segundo a polícia, o Golf vermelho de placa LPM-0110, foi comprado com o dinheiro da fraude.
Além de Nelson, Sérgio Grupillo Junior, Lamartine da Costa Jacobina, José Roberto Pereira Cavalcante, também falsificavam os documentos usados pelos laranjas. Jorge Antônio Moreira da Silva e Antônio Carlos Rodrigues de Araújo, estão foragidos e também fazem parte da falsificação.Segundo os agentes, os saques eram feitos em três agências da CEF. O prejuízo estimado pela polícia chega a R$ 1 milhão. 130 agentes da PF participaram da operação batizada de Ancião.

Nenhum comentário: