terça-feira, 18 de março de 2008

Quase que tragédia se repete na Barra

(MARCELO NEGREIROS)

Desta vez foi um helicóptero que caiu próximo ao autódromo, na Zona Oeste. O piloto e o passageiro nada sofreram

Um helicóptero modelo "Robson 22", prefixo PT YPV caiu na manhã de ontem, em um terreno da Avenida Professor Abelardo Bueno, próximo ao Autódromo, na Barra da Tijuca, Zona Oeste do Rio.
O piloto e o passageiro, que estavam a bordo da aeronave no momento do acidente, não se feriram. O helicóptero sofreu um pouso forçado após colidir com um pássaro e pousou em um terreno particular, próximo ao Pólo de Cine e Vídeo.
A aeronave tinha decolado do aeroporto de Jacarepaguá. O piloto Eric Ramiro Freitas, e um aluno, identificado como Bruno Mattos Fassarela, estavam em aula de treinamento do curso de formação de pilotos da Escola Nacional de Pilotagem, sediada dentro do Aeroporto.
Quem pilotava a aeronave era o aluno, mas o piloto teria assumido o controle, ao perceber que estavam correndo risco de cair. Segundo uma testemunha, que ajudou a socorrer as vítimas, houve um barulho idêntico a uma explosão, e desgovernado, a aeronave foi caindo.
De acordo com ele, o piloto tentou desviar do conjunto de prédios que fica ao lado do terreno, onde o helicóptero caiu. O diretor regional da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), Enzo Schiano, disse que de acordo com depoimento das vítimas;
Eles estavam em treinamento na região, quando houve a colisão com um pássaro ainda não identificado, e fizeram o pouso forçado.
O rotor, componente básico de um helicóptero destinado a prover a sustentação necessária ao vôo, havia caído, sendo localizada distante do local do pouso. Os peritos retiraram o combustível do aparelho para não haver riscos de explosão.

Material será analisado

O responsável pelo Serviço Regional de Investigação e Prevenção de Acidentes Aéreos (Seripa), Major Raul de Souza, disse o material será analisado em laboratório, para comprovar a hipótese de colisão.
Ele ressaltou que, quando o helicóptero perde o rotor, o procedimento padrão é a auto-rotação, seguido de descida. Peritos da Anac, da Infraero e da Aeronáutica estiveram no local. O laudo oficial deve ficar pronto de 30 e 60 dias, que deve apontar as causas do acidente.

Necessidade de graduação específica em Ciências Aeronáuticas

A demanda por profissionais que querem ter uma formação não só técnica, mas superior e de forma mais abrangente, vem crescendo fortemente, no Brasil e no exterior. Essa demanda, não se restringe a cursos especializados em Ciências Aeronáuticas, mas abrange cursos de nível superior de forma geral.
No Brasil ainda não há a exigência de curso superior para um profissional atuar no setor, mas já se constata uma demanda crescente nesse sentido, seja por uma graduação específica em Ciências Aeronáuticas ou em outra área.
Com isso, é comum ver diversas aeronaves sobrevoando a Zona Oeste, principalmente na região da Barra da Tijuca. No início do mês, quatro pessoas morreram na queda de um avião, na avenida das Américas, uma das principais vias do bairro.
O monomotor modelo Cirrus SR22, prefixo PRIAO, caiu no terreno da concessionária Citroen, a 40 m do condomínio Park Palace, logo após decolar do Aeroporto de Jacarepaguá.
Sobre a polêmica do Aeroporto de Jacarepaguá, a maioria das associações de moradores da Barra é contra, e órgãos competentes já manifestaram interesse em vetar as operações no local.
Segundo a associação de moradores, a Infraero e a Anac irão divulgar nota oficial negando interesse e autorização na implantação de vôos regulares e não regulares de passageiros no Aeroporto de Jacarepaguá.

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