Traficante Mata Rindo morre em confronto com a polícia

(MARCELO NEGREIROS)

Um dos traficantes mais procurados pela polícia, foi morto na madrugada de ontem durante tentativa de assalto na Avenida Brasil, altura de Bonsucesso, Zona Norte do Rio. Rodrigo Melo Gomes da Silva, conhecido como Mata Rindo, trocou tiros com policiais do 22º BPM (Maré) e acabou sendo baleado. Ele foi levado para o Hospital Geral de Bonsucesso, mas não resistiu aos ferimentos. Um dos comparsas do bandido foi preso e com ele, um fuzil 762 apreendido.
O bando, formado por quatro bandidos estavam em um carro Citroen Xsara Picasso preto, de placa KVL-1134, roubado no último dia 10, trafegando pela pista lateral sentido Zona Oeste da Avenida Brasil, na altura do Centro de Preparação de Oficiais da Reserva (CPOR) do Exército. Os marginais tentariam roubar carros quando foram interceptados pelos policiais. Houve perseguição e troca de tiros.
Durante a fuga, os bandidos abandonaram o carro que travou, roubando um Fiat Uno vinho, de placa LNR-7060. O traficante acabou sendo alvejado e morreu no interior do veículo. Dois bandidos conseguiram fugir atravessando as pistas da Avenida Brasil. O terceiro marginal identificado como Luiz Ricardo Lira Pereira, de 23 anos, também tentou fugir, escalando um muro com vidros, sofrendo um corte na mão. Ele foi atendido na mesma unidade hospitalar e depois levado para a 22ª DP (Penha), a central de flagrantes. Com ele, os policiais apreenderam um fuzil 762.
O comandante do 22º BPM, coronel Luigi Gatto disse que o traficante foi reconhecido pela tatuagem de uma cruz com asas que tem nas costas. A namorada e o irmão do traficante morto foram detidos para averiguação, quando buscavam notícias do bandido no Hospital Geral de Bonsucesso. Eles prestaram depoimentos na delegacia da Penha. O coronel Marcus Jardim, comandante da Área da capital, esteve na 22ª DP e cumprimentou a equipe que atuou na ação de ontem, resultando na morte de Mata Rindo e na prisão de um dos seus comparsas. Parte do comércio da favela Vila Cruzeiro, no Complexo da Penha, esteve com as portas fechadas, durante a manhã. O fechamento teria sido ordenado pelo tráfico, em retaliação à morte do traficante Mata Rindo, que gerenciava o tráfico de drogas no Morro do Adeus, em Ramos.
O policiamento foi reforçado na região. Homens da Força Nacional de Segurança, que ocupam os acessos às favelas, e policiais das Rondas Ostensivas Nazareth Cerqueira (Ronac) foram deslocados com auxílio de veículo blindado para o local.
O governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral, esteve na inauguração do showroom dos apartamentos do PAC no Alemão, que aconteceu na manhã de ontem. Durante a solenidade, ele afirmou que as ações contra o tráfico de drogas não vão atrapalhar as obras do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), no Complexo de Favelas do Alemão, no subúrbio carioca. A declaração foi feita após o fechamento de parte do comércio. Segundo o governador, nada vai deter o desenvolvimento dentro das comunidades e o trabalho para enfrentar a violência é também enfrentando os criminosos, mas por outro lado o Estado também cometeu muita violência ao não levar educação, saúde, água, saneamento e habitação.
Mata Rindo é acusado de matar quatro policiais militares no Rio. Ele foi flagrado em um grampo telefônico da Polícia Federal comemorando os assassinatos dos PMs Marco Antônio Ribeiro Vieira e Marcos André Lopes da Silva, ambos lotados no 9° BPM (Rocha Miranda). Eles foram assassinados com mais de 30 tiros na Rua João Vicente, em Osvaldo Cruz, em maio do ano passado. O local é o mesmo onde o menino João Hélio começou a ser arrastado até a morte, no dia 7 de fevereiro, após sua mãe ter o carro roubado.
A procura por Mata Rindo iniciou a ocupação do Complexo do Alemão, que durou mais de três meses e terminou com dezenas de mortos. Na ocasião, o traficante e seu bando se abrigaram na Vila Cruzeiro, onde eram caçados 24 horas por dia.