quarta-feira, 10 de junho de 2009

Trabalho de identificação das vítimas do acidente aéreo com o vôo 447 da Air France

A Polícia Federal e o Instituto Médico Legal de Pernambuco informam que a equipe responsável pela etapa inicial da cadeia de custódia em Fernando de Noronha, que hoje é composta por cinco peritos federais, dois papiloscopistas federais, um médico legista, um papiloscopista e um auxiliar de necropsia do IML, concluiu no final da tarde desta quarta-feira (10) os procedimentos preliminares que levarão à identificação dos 16 primeiros corpos que haviam chegado à ilha, e que os mesmos seguirão para o IML, em Recife.
O trabalho de identificação das vítimas do acidente aéreo com o vôo 447 da Air France está sendo realizado pela Polícia Federal e pelo IML de Pernambuco, com o apoio de especialistas de Alagoas, Ceará e Paraíba. Um perito da França acompanhará o trabalho pericial em Recife em razão do inquérito existente naquele país e para evitar que o processo de identificação seja refeito no âmbito de suas investigações.
Os demais peritos e especialistas franceses que estão chegando ao Brasil são responsáveis pela investigação sobre as causas do acidente.
Todas as informações referentes à identificação das vítimas serão repassadas aos representantes dos demais países envolvidos no acidente por meio da direção da Polícia Federal, em Brasília.
Esclarecemos ainda que, conforme informado anteriormente, o trabalho da equipe de peritos em Fernando de Noronha consiste em receber formalmente das Forças Armadas os corpos das vítimas, dando início à cadeia de custódia por meio de abertura de prontuários de identificação preliminar, que acompanharão os corpos até sua identificação definitiva. Esse registro permitirá a rastreabilidade e certificação das informações.

Por: Polícia Federal e Secretaria de Defesa Social de Pernambuco

Encontrados 41 corpos do voo 447

Aumentou para 41 o total de corpos de passageiros do voo da Air France resgatados no mar. Os últimos 25 corpos encontrados estão na Fragata Bosísio.

A Marinha e a Aeronáutica informaram ontem que já foram recolhidos 41 corpos de vítimas do Airbus da Air France, que caiu no oceano Atlântico no último dia 31 com 228 pessoas a bordo. O governo francês solicitou ingresso em águas juridicionais brasileiras de dois rebocadores da França, que levarão 40 toneladas de equipamentos para auxílio às buscas.
Ontem, 16 corpos foram levados para Fernando de Noronha por helicópteros da FAB (Força Aérea Brasileira) onde peritos farão uma análise inicial das vítimas. Segundo a Marinha e a Aeronáutica, uma área de instabilidade que atinge a região de Fernando de Noronha atrasou o transporte de corpos do oceano.
Os corpos passam por perícia inicial em Fernando de Noronha. Ao final dos trabalhos da PF (Polícia Federal), eles serão transportados para identificação no IML (Instituto Médico-Legal) do Recife em uma aeronave C-130, também da FAB, numa viagem de cerca de uma hora. O Airbus da Air France caiu no Atlântico no último dia 31, quando ia do Rio para Paris com 228 pessoas a bordo — 12 tripulantes e 216 passageiros, entre eles 58 brasileiros.
Reportagem publicada ontem pelo jornal Folha de S. Paulo mostra que enquanto as buscas não forem oficialmente encerradas, a situação jurídica dos parentes dos passageiros permanece complicada. Isso porque, na legislação brasileira, a regra é que não há morte sem corpo.
A exceção é quando a Justiça declara a morte presumida de uma pessoa. Ela ocorre, segundo o Código Civil de 2002, “se for extremamente provável a morte de quem estava em perigo de vida”. É o caso dos passageiros do voo 447, mas a declaração pode ser requerida somente “depois de esgotadas as buscas e averiguações”.

Acidente


O Airbus da Air France decolou por volta das 19h do dia 31 do aeroporto Tom Jobim, no Rio, com destino a Paris, e fez o último contato com o controle aéreo brasileiro por volta das 22h30 do mesmo dia.
Não há hipóteses claras sobre o que pode ter derrubado a aeronave, mas já há certeza de que o avião sofreu despressurização e uma pane elétrica, porque a aeronave enviou alerta automático do tipo durante o voo. Sabe-se também que a aeronave enfrentou forte turbulência.
As primeiras suspeitas sobre o acidente recaem sobre os sensores de velocidade e a força do vento. Aparentemente, os sensores falharam nos minutos imediatamente anteriores ao acidente, segundo 24 alertas automáticos enviados pelo avião.

Submarino francês busca caixas-pretas

O submarino Emerade, que deve chegar hoje para ajudar nas buscas pelas caixas-pretas do voo 447 da Air France, é uma embarcação nuclear de primeira geração da Marinha da França. Ele é o quarto submarino da classe Rubis e é capaz de mergulhar em águas profundas.
Equipado com um sistema sonar, ele tentará detectar sinais acústicos emitidos pelas caixas-pretas do Airbus, que caiu no oceano Atlântico no trajeto Rio-Paris na noite de domingo, 31, com 228 pessoas a bordo.
O Emerade pode carregar até 14 mísseis e torpedos e seu sistema de propulsão é baseado em um sistema turboelétrico nuclear. Ele foi construído na década de 80 e comissionado em 15 de setembro de 1988.
Em 30 de março de 1994, o submarino Emerade sofreu um acidente, um dos principais da história deste tipo de embarcação. O compartimento do motor sofreu uma explosão acidental e dez pessoas morreram. Ele passou então por uma reforma entre maio de 1994 e dezembro de 1995 e foi elevado ao mesmo nível tecnológico do Améthyste (S 605).
Nos últimos anos, a embarcação participou da Operação Tridente, em 1999, no Adriático, garantindo a segurança dos aviões Foch na Iugoslávia. Em 2001, ele realizou exercícios no oceano Atlântico e, em 2005 e 2006, no Índico.

Primeiros corpos em Fernando de Noronha

Nove dias após o acidente com o avião da Air France, os primeiros corpos das vítimas do voo 447 chegaram na manhã de ontem no arquipélago de Fernando de Noronha (a 545 quilômetros do Recife). Os 16 corpos começaram a ser examinados num processo inicial de identificação.
Os corpos, que serão encaminhados ontem para o Recife, foram içados da fragata Constituição, um a um, pelos helicópteros H-60 Blackhawk e H-34 Super Puma, da Aeronáutica, que fizeram o traslado até o arquipélago. O primeiro helicóptero aterrissou no aeroporto de Fernando de Noronha, transportando oito corpos, às 9h45 (horário de Brasília). O segundo chegou ao meio-dia com os oito restantes.
Os corpos, envoltos em sacos mortuários, foram levados em macas, por militares usando máscaras, toucas e batas cirúrgicas, ao hangar do Destacamento da Aeronáutica onde foi montada a estrutura de pré-identificação — coleta de impressões digitais e material genético para exame de DNA.
Também foram tiradas fotos de todos os pertences das vítimas que possam ajudar na identificação. As fotos serão distribuídas pela Internet para todas as superintendências da Polícia Federal, que irá fazer contato com as famílias, que poderão fazer o reconhecimento dos objetos sem precisar se deslocar.

Air France substituirá sensores dos Airbus

A Air France anunciou que todos os seus aviões Airbus para voos de longa distância serão equipados imediatamente com novos sensores de velocidade, depois do desastre da semana passada na rota Rio-Paris, disse um sindicato de pilotos da França ontem.
Os chamados tubos de Pitot, que medem a velocidade, se tornaram o foco da investigação sobre o acidente em função das mensagens que apontaram dados “inconsistentes” nas medições passadas aos pilotos, o que pode ter causado o acidente em meio a uma tempestade.
Um sindicato menor de pilotos da Air France pediu a seus membros que parem de voar com os Airbus A330 e A340 até que os sensores antigos sejam substituídos. A companhia se comprometeu fazer a troca rapidamente, de acordo com o outro sindicato. “A Air France nos ofereceu um programa de substituição extremamente proativo e muito acelerado”, disse Erick Derivry, porta-voz do sindicato dos pilotos SNPL.
“A partir de hoje, todos os voos da Air France com A330 e A340 usarão aviões equipados com pelo menos dois novos sensores (num total de três)”, disse ele à rádio France Info.
A Air France, que opera 19 A340 e 15 A330, não comentou a informação do sindicato. O acidente da semana passada sobre o Atlântico matou todos os 228 ocupantes do avião. Na segunda-feira, a Força Aérea e a Marinha do Brasil anunciaram que 24 corpos e vários destroços já foram resgatados. O A330 enviou 24 mensagens automáticas em seus minutos finais de voo, detalhando uma rápida série de falhas de sistemas.

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