quarta-feira, 13 de maio de 2009

Prédio da Bloch é arrematado por R$ 65 milhões

O prédio da falida Bloch Editores foi arrematado na tarde desta terça-feira por R$ 65 milhões. O lance mínimo pedido no leilão era de R$ 41,7 milhões. O valor arrecadado é suficiente para pagar todas as dívidas trabalhistas. Entretanto, uma decisão que dá prioridade ao governo no recebimento de R$ 25 milhões preocupa os ex-funcionários. Até o fechamento desta matéria, o nome do comprador não foi identificado.
“Só não é a felicidade geral dos ex-empregados por causa dos R$ 25 milhões da Fazenda. Nós seremos duplamente penalizados. A gente ganha, mas não leva”, diz o presidente da Comissão de ex-Funcionários da Bloch, José Carlos Jesus.
Atualmente existem cerca de dois mil ex-funcionários com processos já julgados para o recebimento de dívidas trabalhistas, com um valor total de aproximadamente R$ 33 milhões. Entretanto, existem cerca de 800 processos em andamento, com valores ainda não definidos.
A advogada que representa a massa falida, Luciana Trindade, informa que o valor de R$ 25 milhões destinado ao pagamento das dívidas da Bloch com o governo ficará retido até que todos os recursos sejam julgados. Ela está tentando reverter a decisão que privilegia o governo em detrimento dos ex-funcionários.
O leilão realizado hoje foi a quarta tentativa de venda do imóvel. No primeiro, a Universidade Salgado de Oliveira (Universo), que aluga o edifício, apresentou proposta de R$ 28 milhões, considerada insuficiente pela comissão de ex-funcionários. No segundo, nenhuma oferta foi apresentada. No último, o imóvel foi arrematado por R$ 60 milhões, mas a empresa compradora desistiu do negócio porque a Universo se recusou a deixar o prédio.
O edifício, projetado por Oscar Niemeyer, fica na Rua do Russel, na Zona Sul do Rio de Janeiro. Lá funcionaram, além da TV Manchete, as redações de revistas e da rádio.

Sérgio Matsuura

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